O Cancro do Pâncreas em algumas Perguntas e Respostas

O cancro do pâncreas é muito frequente?

Felizmente não! É ‘apenas’ o 13° cancro mais frequente, mas é o 4° em termos de mortalidade.

É um tumor mais frequente nos países ocidentais e é excecionalmente raro antes dos 45 anos de idade. É também um tumor mais frequente nos homens.


O cancro do pâncreas é tão letal como dizem?

Infelizmente sim… apesar de infrequente, o tempo médio de sobrevida ao diagnóstico é de 4-6 meses. A sobrevida a 1 ano é de 28% e a 5 anos apenas de 7%.


Isto ocorre pelos seguintes motivos

  1. O único tratamento curativo é a cirurgia. Contudo, apenas 15-20% dos doentes são candidatos a cirurgia. E mesmo a cirurgia não é garante da cura completa.
  2. O diagnóstico é muitas vezes difícil, especialmente em fases precoces da doença.
  3. Os sintomas são muitas vezes inespecíficos, levando ao atraso no diagnóstico.

Quais são os fatores de risco para o cancro do pâncreas?

Como na maioria dos tumores existem fatores genéticos e fatores modificáveis decorrentes de estilos de vida.

Fatores de risco hereditários

Há varias doenças genéticas que predispõem para o cancro do pâncreas e as pessoas com esses síndromes devem ser vigiados nesse sentido. As doenças mais importantes são a pancreatite hereditária, os doentes portadores do gene BRCA1 ou 2 ( ligado ao cancro da mama),o síndrome de Peutz-Jeghers, o síndrome de Lynch e outros ainda mais raros.

Existe também uma entidade chamada cancro pancreático familiar em que existe um grande numero de doentes afetados. Os doentes com pancreatite crónica por outros motivos e os com diabetes mellitus (especialmente a tipo 2), estão também em risco aumentado para este tumor.

IPMNs

Tipo específico de tumor quístico do pâncreas que sabemos ser um facto de risco para cancro do pâncreas. Na sua grande maioria apenas são vigiados, mas alguns têm que ser removidos para impedir a sua progressão.

Factores de risco ambientais/modificáveis

1. Tabagismo

É o factor de risco modificável mais reconhecido e aumenta o risco tanto das pessoas com e sem síndromes genéticos. Parar de fumar diminui o risco de cancro do pâncreas em 48% após 2 anos de parar e o risco anula-se 10 a 15 anos após parar.

2. Obesidade e Inatividade Física

3. Dieta

Apesar de ainda não estar totalmente provado, parece que a ingestão frequente de gorduras saturadas e carnes vermelhas aumenta o risco. Por outro lado, a ingestão frequente de fruta fresca e vegetais parece diminuir o risco.

4. Álcool e café

Apesar de muita polémica, não parecem ser fatores de risco diretos, salvaguardando quando a ingestão de álcool leva ao aparecimento de pancreatite crónica.


O cancro do pâncreas diagnostica-se facilmente?

Infelizmente não e são particularmente difíceis de diagnosticar quando são pequenos e possíveis de remover por cirurgia.

Os métodos mais utilizados são a ecografia abdominal, a TAC abdominal, a CPRM (um ressonância magnética própria para as vias do fígado e pâncreas) e a Ecoendoscopia. Todos eles têm as suas limitações e, por vezes, mesmo dispondo de todos os exames, o diagnóstico é complexo.